DIVE divulga Boletim sobre a situação epidemiológica da Febre Amarela
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) divulga o boletim n° 11/2019 sobre a situação epidemiológica da Febre Amarela, vigilância de epizootias de Primatas Não Humanos – PNH (macacos), imunização e eventos adversos pós-vacinação do ano de 2019.
No período de janeiro até 02 de agosto de 2019, foram notificados 48 casos humanos suspeitos de Febre Amarela no Estado. Desses, 45 foram descartados, 02 confirmados, que evoluíram para óbito em decorrência da doença e 01 permanece em investigação.
Os dois casos confirmados de Febre Amarela são autóctones (nativos) do estado de Santa Catarina e pertencem ao período de monitoramento de julho/2018 a junho/2019. Ambos são do sexo masculino, na faixa etária dos 30 a 40 anos, com residência ou atividade profissional próximo a áreas de mata.
O Local Provável de Infecção dos casos foram os municípios de residência, sendo que em Joinville o início dos sintomas ocorreu na Semana Epidemiológica (SE) 10 e em Itaiópolis na SE 26.
Neste mesmo período foram identificadas 219 mortes de primatas nem todo o estado, das quais apenas 3 foram confirmadas em consequência da Febre Amarela.
A Vacinação
Diante disso, é importante ressaltar que a vacina contra a febre amarela é o único meio de prevenção contra a doença. É altamente imunogênica e confere proteção a 95% a 99% dos vacinados. Desde julho de 2018, todo o estado de Santa Catarina é Área com Recomendação de Vacina. Neste sentido, todas as pessoas, a partir dos 9 meses de idade têm indicação para receber a vacina. É de fundamental importância a cobertura vacinal adequada e homogênea em todo o estado.
Características Ambientais
As características ambientais do deslocamento da doença são conhecidas a partir da notificação do adoecimento e morte dos Primatas Não Humanos (PNH – macacos), para que assim seja possível realizar a coleta das vísceras e identificar a circulação viral, bem como com os casos humanos confirmados. Com as informações atualmente disponíveis, estudos de avaliação de risco que vêm sendo realizados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina em parceria com os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, Ministério da Saúde e Fiocruz, sendo possível estimar a velocidade de deslocamento do vírus pelos corredores ecológicos em 3 Km/dia.
O vírus está percorrendo o litoral catarinense e se expandindo para as Regiões de Saúde com fragmentos de Mata Atlântica. Na Figura 5, é possível visualizar, com base nos estudos de avaliação de risco, a situação do Estado frente a circulação do vírus da FA. Quanto ao potencial impacto à população do Estado, destaca-se elevada vulnerabilidade regional, uma vez que os indicadores de cobertura vacinal estão abaixo do recomendado em muitos municípios.
É fundamental a vacinação de todas as pessoas não vacinadas, especialmente aquelas que residem ou trabalham em áreas silvestres ou próximas as matas. Ressalta-se que toda a expansão da circulação do vírus está associada à ocorrência do ciclo silvestre da doença, não havendo até o momento nenhum indício da sua urbanização.
Fonte: DIVE/SC