Prefeitura de Papanduva decreta luto de sete dias pela morte do ex-prefeito Felix Wawrzeniak

A Prefeitura Municipal de Papanduva decreta luto oficial de sete dias devido a morte nesta quarta-feira (15) do ex-prefeito Felix Wawrzeniak, ele tinha 80 anos e morreu por complicações de saúde, devido à idade.

Felix foi prefeito de Papanduva entre os anos de 1983 a 1988. De 2001 a 2004 esteve no comando da prefeitura como vice-prefeito. Neste período, assumiu temporariamente o cargo de prefeito durante as férias do então prefeito Humberto Ribas.

A sua administração à frente da Prefeitura de Papanduva tem como marca o trabalho social e principalmente grandes feitos na melhoria da infraestrutura do município, onde destacam-se as obras de pavimentação e planejamento urbano, além de melhores condições na saúde dos papanduvenses e de trabalho aos servidores municipais.

O prefeito Tuca lembrou o período da gestão Felix, lamentando a sua morte. “O prefeito Felix inovou na gestão pública do município e, aprimorou o processo administrativo prestando um relevante serviço para nossa sociedade. Todos sentiremos muito a sua falta”.

O Jornal Correio do Contestado nos cedeu a matéria publicada no início de 2015. Onde a equipe da redação foi recebida na residência de Felix e teve acesso a uma verdadeira biografia do saudoso ex-prefeito de Papanduva.

 

Felix Wawrzyniak: Um homem que merece mais do que uma simples homenagem!

 

Félix Wawrzyniak, certamente um homem que merece respeito e aplausos.

 

(Texto: Jornal Correio do Contestado)

 

De origem polononesa, legitimamente papanduvense, nascido na localidade de Rio da Ponte, com 13 irmãos – oito homens e cinco mulheres, sendo seis vivos e sete já falecidos, foi responsável pela construção de nada menos que 18 escolas rurais, todas em alvenaria, com direito a água encanada e tudo, coisa rara para as localidades do interior na época. Energia elétrica também eram poucas as localidades que possuíam. O ex-prefeito conta que por muitas vezes as construções das escolas foram feita à luz de vela, quando as obras avançavam a noite. A educação sempre foi prioridade na sua gestão, pois ele entendia que “ educando hoje, não será punido amanhã”. Entre as suas grandes conquistas na área da educação, foram a construção da Escola Maria Avelina de Oliveira Furtado, Irene Reva Zadorozny e a fundação da APAE em Papanduva.

Também durante a sua gestão foi reformada a sede da Prefeitura, instalando no piso superior o Fórum. Foi ele quem trouxe a Comarca de Papanduva. Foram calçadas a Rua Sérgio Glevinski, o acesso a Avenida Papa João XXIII, entre as mais expressivas obras de pavimentação, além de inúmeras outras ruas da cidade.

Na área da saúde, o governo Félix mantinha convênio com o Hospital São Sebastião para atendimento aos indigentes. Também na sua gestão, foi firmada parceria com o Centrinho de Bauru SP, hospital referência no tratamento para portadores de Lábio Leporino. Hoje, os pacientes portadores de Lábio Leporino de Papanduva e de todo o estado de Santa Catarina são atendidos no Centrinho de Joinville.

No primeiro ano do mandato de Félix Wawrzyniak, uma grande enchente assolou Papanduva – a famosa enchente de 83. As consequências para a cidade foram desastrosas. O município ficou quase que totalmente destruído, principalmente no setor de infraestrutura. Além de vários outros prejuízos, diversas pontes foram levadas pelas águas, entre elas as dos rios São João e Itajaí, que foram reconstruídas com recursos próprios. Em 1983, o orçamento do município era de 190 milhões de cruzeiros, valor quase que incalculável para os dias atuais. Mas era muito pouco. E com esse muito pouco, ele fez muito! Construiu a ponte da Rua Mafra (em frente à Tratorama), a ponte atrás da Agricol Materiais de Construção, ponte do Craveiro, Ponte da Rua Pedro Povaluck e a do Rio da Ponte. Outra realização foi a construção da Ponte do Rio Iraputã, na divisa de Papanduva com Santa Terezinha.

Foi também na gestão de Félix que as empresas Lynel Indústria Têxtil e Confecções Luciane foram instaladas em Papanduva, com apoio da Prefeitura Municipal, que doou uma área de terra e vários outros incentivos.

O Estádio Municipal, antes às escuras, recebeu iluminação e vestiários. O terminal rodoviário e o Ginásio de Esportes foram metas do governo Félix, realizadas no mandato seguinte, quando Nataniel Rezende Ribas foi prefeito pela segunda vez.

Além de tudo isso, o ex-prefeito deu total apoio aos acampados que invadiram as terras do Campo de Manobras Marechal Hermes, na localidade de Campina Jungles. Algumas famílias construíram suas casas e permanecem até hoje no local.

 

Félix como benfeitor

Félix sempre foi um grande benfeitor para a comunidade papanduvense. Recentemente doou R$ 40 mil para o Hospital São Sebastião. Também ajudou na construção de Igrejas e Salões Comunitários do interior. Somente para o Salão Comunitário da localidade de Rio da Ponte, fez uma doação de nada menos que R$ 80 mil.

Totalmente desprendido de bens materiais, durante a nossa conversa, o ex-prefeito lamentou que algumas pessoas da sociedade, com um padrão de vida muito superior ao dele, não ajudam a comunidade com ele fez e vem fazendo. “ Quando eu partir, daqui não levarei nada.” Em um desabafo, lamentou ainda que os governantes que o sucederam não deram continuidade às suas obras e que as intrigas políticas só servem para atrasar ainda mais o desenvolvimento da cidade.