Mulheres que fizeram história em Papanduva são homenageadas pelo Grupo Escolar Prefeito Rubens Alberto Jazar.
O Dia 2 de junho ficará na memória de quatro mulheres papanduvenses que ajudaram a escrever a história do município com seus feitos, principalmente no legado da educação deixado onde trabalharam. O Grupo Escolar Prefeito Rubens Alberto Jazar prestou homenagem às aposentadas Maria Avelina de Oliveira Furtado, Alzira Povaluk, Sinira Damaso Ribas e Emília Ulbrich Saskoski.
A emoção tomou conta de todos os presentes. Os alunos e familiares das professoras prestaram homenagens contando toda a história vivida por elas até ali. Painéis fotográficos e video-mensagens foram instalados no pavilhão esportivo, retratando a trajetória das quatro mulheres.
A ideia da homenagem, surgiu em um bate-papo entre os professores, que em um momento de descontração lembraram de suas ex-professoras e das primeiras alfabetizadoras do município. Após a decisão e escolha das quatro mulheres a serem homenageadas, os trabalhos em sala de aula, a busca pela biografia e registros fotográficos iniciaram. O projeto envolve disciplinas como artes, na confecção de brinquedos antigos, feitos a mão; História do município, trabalhando o cenário de Papanduva na época; e Literatura, através dos livros da escritora Sinira Damaso Ribas.
Para a direção do grupo escolar esta ideia foi muito proveitosa, os alunos se mostraram interessados nas aulas, onde foi possível resgatar um pouco das memórias papanduvenses; e homenagear pessoas que contribuíram muito para o desenvolvimento da cidade. A diretora Adriana Lessak espera dar continuidade ao projeto, todos os anos prestando homenagens como estas às pessoas ilustres do município.
Biografias
Alzira Povaluk
No dia 29 de maio de 1941, nascia Alzira Povaluk, filha de Anastácia e Pedro Povaluk. Seu sonho sempre foi ser professora para transmitir ensinamentos a todos que pudesse. Completou o curso primário em Papanduva e posteriores estudos em Prudentópolis-PR, em um colégio interno.
Já atuando como professora, Alzira assumiu uma turma do primário, ganhou do MEC um curso por ter excelentes notas em matemática, foi auxiliar de direção e diretora, recebeu o título de Educador Emérito, cursando pedagogia e se especializando em Administração Escolar. Além da dedicação à educação no município, Alzira teve participação ativa na política, eleita duas vezes vereadora de Papanduva nos anos de 1983 e 1988.
Em 1978 chega à vida de Alzira sua filha Maria Helena, uma nova família se forma, a casa se enche de alegrias. Posteriormente vêm as netas e a família se completa ainda mais.
Mesmo depois de aposentada Dona Alzira não se acomodou. teve a iniciativa de convocar líderes para fundar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, onde também foi Diretora. Desde 1995 participa ativamente do voluntariado no Hospital e Maternidade São Sebastião. Batalha arduamente, ajudando e organizando eventos, sempre pensando em ajudar o próximo. Por todos os seus feitos, é uma das mulheres de destaque na comunidade e merece nossos louvores pelos bons exemplos e serviços que presta até hoje à sociedade papanduvense.
Maria Avelina de Oliveira Furtado
Filha de Alfredo Lopes de Oliveira, Maria Avelina nasceu no dia 10 de novembro de 1931, na Vila de Papanduva onde hoje é o bairro Rondinha. Desde menina sonhava ser professora. Aos 15 anos completou o antigo curso primário Complementar, que na época dava habilitação para lecionar. Mas como ainda não tinha idade para excercer a profissão ajudava os pais na lavoura. Devido a falta de professores na comunidade, aos 17 anos começou a trabalhar na escola Reunidas Maria Gloria da Silva, hoje Alinor Vieira Côrte.
Em 1949 casou-se com Manoel Furtado, teve quatro filhos: Cleonice Maria, Leatrice Terezinha, Omar José e Josemar Luiz Furtado. Em março de 1980 aposentou-se com 30 anos de magistério.
Anos mais tarde, com surpresa e emoção recebeu indicação para ser patronesse da escola que hoje leva seu nome, justamente na localidade onde nasceu, morou e estudou as primeiras letras. Sua família orgulhosamente seguiu seus passos, e as gerações futuras seguiram a profissão da matriarca da família “Oliveira” Furtado.
Sinira Damaso Ribas
Nasceu em Papanduva em dezembro de 1944, filha de Jahir Damaso da Silveira e Alice Furtado da Silveira. Iniciou os estudos em Papanduva e os concluiu em Rio Negro-PR em 1961. Cursou Pedagogia e especialização em Administração Escolar. Em 1976 concluiu as faculdades de Filosofia, Ciências e Letras em Palmas-PR. Fez pós-graduação em Interdisciplinaridade e parapsicologia social. Em 1962, ingressou no magistério no Grupo Escolar Alinor Viera Côrte.
Em 1963 Sinira casou-se sem Nataniel Resende Ribas, com quem teve três filhos. Sinira sempre atuante como: Administradora Escolar, professora, auxiliar de direção, diretora de escola, supervisora escolar, tutora de cursos de pedagogia, escritora de muitas obras didáticas e paradidáticas. Sinira conta que teve uma infância pacata e feliz, num lar equilibrado, com mais 5 irmãs e pais amorosos. Quando criança brincava de “roda”, “casinha” e “boneca de panos”, foi grande a emoção quando ganhou a primeira boneca de louça. Considera que hoje em dia, as crianças continuam brincando, mas sem liberdade para sair às ruas. Crianças mais abatidas estão se tornando cada vez mais consumistas. Sinira nos diz que “A mulher papanduvense pela sua genética é por si só, uma guerreira e ser professora nos tempos mais antigos não era fácil, pela falta de material didático e dificuldade de comunicação. Mas a dedicação e o empenho supria tudo. Hoje as dificuldades são outras, as crianças não são as mesmas, a sua dedicação não é a mesma. A atenção dentro da escola não é a mesma”.
Sinira contribuiu para o progresso de Papanduva como cidadã, professora e esposa de prefeito por dois mandatos. Deixou um estímulo aos professores, que continuem sua tarefa de professor, como profissionais competentes, de acordo com o que a sociedade espera da escola. Aos alunos, Sinira deseja que “saibam aproveitar tudo de com que a escola oferece” e parabeniza o Grupo Escolar Prefeito Rubens Alberto jazar pela iniciativa.
Emília Ulbrich Saskoski
Nascida em setembro de 1925, filha de Júlio Ulbrich e Maria Shadech Ulbrich, Dona Emília tem hoje 89 anos. Quando criança morou em Mafra e estudou até a 4ª série primária na Escola da Vila Nova. Na época eram poucas as crianças que conseguiam continuar os estudos, a formação era muito rígida, Dona Emília estudou Alemão no período em que esteve na escola.
Sua infância foi muito boa, tranquila e feliz. Não existiam brinquedos, mas isso não impedia de brincar de roda e pula corda com os amigos. Dona Emília conta que “antigamente as brincadeiras eram educativas e exigiam muita criatividade e imaginação das crianças. Hoje é diferente, tudo vem pronto”. Emília diz que sente muita saudade da infância, mas não da adolescência, que foi muito rigorosa, pois na época as jovens tinha que ” cuidar da reputação”, “dos valores”, hoje tudo isso está se perdendo.
Dona Emília foi servente da escola Alinor Vieira Côrte por 30 anos, sempre gostou muito da profissão, se dedicando e fazendo tudo com muito amor. Durante esse tempo foi responsável pela alimentação das Crianças do “Projeto Casulo”, enquanto as professoras ensinavam na hora da aula ela ensinava na hora do lanche.
Emília se mudou para Papanduva ainda na adolescência, e morava na localidade de Passo Ruim. Hoje mora no centro da cidade, é dona de casa aposentada. Frequentadora do Grupo da Melhor Idade, Dona Emília gosta de viajar, fazer caminhadas e nas horas vagas produz trabalhos manuais em tricô, crochê e bordados.